Como a radiologia digital contribui para a sustentabilidade
O lixo hospitalar representa cerca de 1% dos resíduos das cidades brasileiras e demanda condições especiais de manuseio pelo alto nível de contaminação. Por conta disso, meio ambiente e a sustentabilidade são grandes preocupações da área de saúde.
A radiologia, um dos grandes produtores de lixo tóxico hospitalar, é responsável por gerar toneladas de resíduos prejudiciais à saúde. O uso de películas onde são impressos raios-x traz um grande perigo ao meio-ambiente devido à prata que existe na composição dos filmes radiográficos. Esse material faz parte do grupo dos metais nobres e quando despejado em aterros sanitários contaminam por centenas de anos o solo e os lençóis-freáticos.
Embora tenha se modificado pouco na sua essência desde o descobrimento, o processamento de imagens na radiologia para fins médicos tem melhorado substancialmente com os avanços tecnológicos. De imagens processadas em placas de vidro, passaram a usar o filme e, nos últimos anos, a captura passou a ser digital, seja por radiografia computadorizada – CR (placas de fósforo onde imagens são digitalizadas) ou por Digital Direto – DR (painel detector digital em que a imagem é formada eletronicamente).
Por não utilizar filme fotográfico, o sistema digital não gera resíduos prejudiciais à natureza e o filme é impresso se solicitado pelo profissional ou paciente. Além de colaborar com o meio ambiente ao propor reduzir substancialmente o número de impressões em filme, a implantação de um sistema de radiologia digital melhora o fluxo de imagens que passam a transitar por computadores.
Sem produtos químicos, com economia de tempo e orientação ao profissional para trabalhos com maior precisão, a sustentabilidade passa a ser fundamentada na biossegurança e no conforto do paciente. Um investimento em um sistema digital também faz sentido financeiro para o gestor somente no longo prazo.
Assim como o correto descarte, também é possível promover a reciclagem desse material. A prata das radiografias inutilizáveis (que não tem mais função de diagnóstico) pode ser recuperada dos filmes, ser vendida para lapidação e transformada em joias. A película de plástico depois da retirada da prata ainda pode ser reciclada.
Crescendo muito a cada dia, os serviços de imagem de radiografia digital contribuem para completar o prontuário e se adequar ao ambiente de PACS. Afinal, há benefícios inegáveis na era digital: eliminação do processo químico traz um impacto financeiro e também ambiental e claro; e a recuperação dos filmes contribui para evitar o retrabalho. O ganho além de maior qualidade e consistência da imagem é claro, a sustentabilidade e colaboração ao meio ambiente.
Fonte: Saúde Web, 13/08/2015.
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