“Médico tem de planejar com paciente os cuidados presentes e futuros”

Diego Garcia, ESPECIALISTA EM BIOÉTICA DA UNIVERSIDADE DE MADRI
Especialista em Bioética da Universidade de Madri, Diego Garcia defende que médicos e pacientes planejem juntos o presente e o futuro em caso de doenças terminais. Veja trecho da entrevista concedida durante o Fórum sobre Diretivas Antecipadas de Vontade (ou testamento vital), promovido pelo Conselho Federal de Medicina.
Por que é tão difícil regulamentar a ortotanásia?
As pessoas não entendem bem as coisas. Os termos são difíceis de definir. Distanásia é sinônimo de furor terapêutico, seguir atuando em um paciente que não há esperança de recuperação. Ortotanásia significa retirar as terapêuticas e técnicas de suporte vital para evitar o furor terapêutico. Os temas são liderados pelos grupos dos cuidados paliativos, que querem mudar os cuidados na fase terminal da vida, de tal modo que aumente a qualidade. Na literatura sobre bioética o tema da eutanásia é pouquíssimo frequente porque todos se deram conta que a eutanásia é a exceção.
Como respeitar as diretrizes dos pacientes?
É preciso uma política sanitária, educação dos profissionais no manejo das técnicas e a mudança de mentalidade de médicos e pacientes, o que é mais complicado. É preciso introduzir a ideia de planejamento. O médico tem de planejar com o paciente cuidados presentes e futuros. Dentre esse documentos, está o testamento vital. A grande discussão é como fazer o médico aceitar isso. Sem a educação, nada ocorrerá. O documento pode piorar a assistência ao paciente, torna-se mais um instrumento burocrático. É preciso se preocupar também com os valores dos pacientes. Caso contrário a qualidade da assistência piora.
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